Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Ultra_som

A nova voz feminina da capital
por Carolina Martins e Carolina Menkes

Cantora em Cena

Uma forte voz feminina desponta no cenário musical brasiliense sob o nome de Ellen Oléria. O sucesso pode ser relativamente recente, mas a jovem estudante de Artes Cênicas já canta e toca violão desde os nove anos. Tudo começou nos cultos de Louvor e Adoração da Igreja Batista onde freqüentava - cantava e até compunha músicas de louvor junto com a irmã. Ellen é acostumada a ganhar festivais desde essa época, quando foi premiada pela melhor música e melhor intérprete.

N Razões

Aos 17 anos resolveu encarar a música profissionalmente com seus dois irmãos mais velhos, Eliene e Dadá. Foi assim que nasceu a banda N Razões. Foi também nessa época que Ellen ingressou na UnB, no curso de Artes Cênicas, e passou a aproveitar o espaço que a universidade oferecia tocando no Campus Sonoro pela primeira vez. . “É um espaço muito legal para quem está começando. Só pode tocar uma vez e eu tive a sorte de tocar três: com meus irmãos, como parte da compilação da Funarte e sozinha”.

Além de fazerem um trabalho autoral, a N Razões também tocava covers de Fagner, Elis Regina, Racionais; muita MPB e muito reggae. O repertório eclético resultou da mistura de gostos musicais dos irmãos. “Sempre gostei de ouvir MPB e cantores de música negra”, diz Ellen. Já a irmã gostava de reggae e o irmão de hip hop e rock. Tocando tudo o que gostavam o único acordo que estabeleceram era o de não cantarem músicas em outros idiomas, já que possuíam um acervo nacional muito grande.

A influência dos diferentes estilos perdura até hoje para a cantora. O trabalho com a N Razões terminou em 2002, por causa da dispersão e da mudança de objetivos entre os irmãos. Logo após o término da banda, Ellen viajou de férias para o Ceará. Mal chegou no litoral, perdeu todo o dinheiro que tinha. O problema foi logo resolvido quando, ao ir a um barzinho, ela deu uma canja descomprometida. O sucesso foi tanto que no mesmo dia foi contratada para fazer as noites do bar. E foi assim que Ellen percebeu que poderia tocar sozinha.

Noites em cena

Ellen fazia parte do CA de Cênicas, e estava ajudando a organizar o Noites em Cena – evento para integrar estudantes, que ainda era feito no próprio campus e agora acontece na Concha Acústica - e precisavam arrumar uma banda para animar a noite. “Bom gente, eu posso tocar”. E foi o que Ellen fez, naquela e em muitas outras noites. ”Fui super bem recebida. Enriqueceu muito meu trabalho solo”, afirma.

Decidida a seguir com a carreira de cantora, Ellen viajou com um espetáculo e tocou por muitos lugares, do Norte e Nordeste. “Voltei cheia de gás”, conta. A herança do estilo de sua primeira banda ajudou a definir o seu próprio. “Encarar sozinha me exigiria muito mais”, afirma ela. Mas precisava de uma banda.

Pret.Utu

Ellen sempre admirou o trabalho de Paula Zimbres que tocava baixo em muitas bandas de Brasília, mas faltava a coragem de convidá-la para tocarem juntas. Até conhecer o guitarrista Rodrigo Bezerra no bar Pôr do Sol. Tornaram-se amigos e Rodrigo passou a lhe dar dicas e a valorizar seu trabalho. Foi isso que deu segurança para Ellen finalmente fazer o convite a Zimbres. Os três, junto com o baterista Célio Maciel formaram a Pret.Utu – nome que surgiu inspirado na música do Jorge Ben Jor.

Em 2005 participaram do Festival do SESC e Ellen ganhou como melhor intérprete cantando “Notícias Brasileiras”. Em 2006 levou o 1º lugar no FINCA – festival interno de música candanga da UnB. “Eu acho que esse tipo de reconhecimento instiga mais responsabilidade. Tá ficando sério mesmo. É com muito prazer que eu faço”, afirma Oléria.

Atualmente eles estão focados em um projeto maior: o primeiro CD, que tem o lançamento previsto para este ano. Ellen garante uma surpresa e diz que eles estão negociando uma versão a fim de prestigiar compositores da cidade. Já foi gravada uma demo e o site da banda já está no ar. O que ainda falta é apoio.

Quanto ao futuro profissional, Ellen pretende conciliar as duas áreas, o teatro e a música. “Não preciso escolher entre ser cantora e atriz”. Por já ter dedicado muito tempo para a área cênica – na qual se forma no primeiro semestre deste ano- pretende dedicar-se mais à música agora. “Não é muito inteligente apostar todas as fichas em um número só”, lembra Ellen.
Pra quem quiser conferir o talento de Ellen Oléria , ela toca todas as terças, no Hotel Meliá Brasília, a partir das 20h

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